Plano de Vida dos Povos Indígenas Originários da Venezuela – Warao, E’ñepa e Ka’riña no Brasil

Ferramenta de diálogo com as instituições brasileiras, este documento sistematiza a visão de futuro dos povos que integram o fluxo migratório da Venezuela

Destaques

"O que aconteceu na Venezuela ficou lá. Agora estamos no Brasil. Temos agora a construção do Plano de Vida. Essa é a voz de um projeto. Precisamos de união". É assim que os indígenas originários da Venezuela iniciam este Plano de Vida dos povos warao, e’ñepa e ka’riña no Brasil.

O documento se faz necessário porque vários grupos de indígenas que integram o fluxo migratório venezuelano se encontram no Brasil há mais de cinco anos. É preciso pensar o seu futuro e ter uma ferramenta de diálogo com as instituições nacionais, objetivo similar aos Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) dos povos originários do Brasil – e que não cabem para os refugiados e migrantes, que não têm território e vivem em sua maioria em abrigos.

Entre 2020 e 2022, o UNICEF e o Conselho Indígena de Roraima, em parceria estratégica com a Cooperação Espanhola e a União Europeia, facilitaram o processo de construção deste Plano por meio de uma sequência de diálogos e trocas de experiências com os indígenas waraos, e´ñepas e ka’riñas residentes em abrigos da Operação Acolhida, a resposta humanitária do Governo Federal e parceiros. O coletivo de indígenas refugiados e migrantes discutiu suas próprias compreensões acerca de cada um dos temas tratados, sistematizaram seus principais desafios e dificuldades desde a chegada ao Brasil e viveram um intercâmbio com o movimento indígena de Roraima. Em cada um dos encontros, tiveram também a possibilidade de conhecer mais como funciona o Estado brasileiro e dialogar com representantes de diferentes setores institucionais que têm relação com as suas necessidades, expectativas e demandas.

"Precisamos construir estratégias, encontrar maneiras. Nós precisamos nos sentar com as instituições, com o governo, com as instituições parceiras e construir outras possibilidades que respondam ao Plano de Vida que nós estamos começando a construir. Queremos um Plano de Vida porque é um projeto integral para soluções duradouras para a nossa população indígena, em aliança com as instituições", dizem os indígenas na introdução do documento.

Capa da publicação
Autor(es)
UNICEF Brasil e Conselho Indígena de Roraim
Data da publicação
Idiomas
Português

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