Fortalecimento de práticas antirracistas no serviço público
Luís Barros, gerente da Clínica da Família Adolfo Ferreira de Carvalho, no Rio de Janeiro, conta sobre a importância do processo de sensibilização antirracista
“Nós, como área da saúde, sabemos como o racismo afeta diariamente a vida das crianças negras e indígenas, desde seus primeiros anos de vida”, diz Luís Rafael de Barros, 38 anos, gerente da Clínica da Família Adolfo Ferreira de Carvalho, no Rio de Janeiro.
Para promover práticas antirracistas nos diferentes serviços públicos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), em parceria com o Instituto Promundo, desenvolveu a estratégia PIA – Primeira Infância Antirracista. A iniciativa conta com uma campanha digital, materiais gratuitos e oficinas de capacitação em oito cidades que ajudarão, de forma prática e efetiva, os profissionais que atuam nas diferentes áreas da política pública para ações antirracistas nos seus cotidianos.
“A capacitação da PIA nos mostrou uma fragilidade que temos no sistema e como identificar e intervir para não haver prejuízos para a criança. Infelizmente, a gente acaba diariamente encontrando situações relacionadas ao racismo”, diz Luís. "Então, estamos fazendo um trabalho de sensibilização de nossos profissionais para poder identificar precocemente e notificar casos de racismo, para que assim possamos intervir. Com esse trabalho, hoje, nós temos um número muito baixo de notificações de racismo em nossa unidade”, relata.
Diante desse cenário, o fortalecimento de práticas antirracistas nos serviços públicos passa a ser crucial. “A intersetorialidade é muito importante para termos um diálogo fluído com nossa rede – saúde, educação e assistência social – e, com isso, a gente consegue conversar com diferentes atores para criar fluxos e estratégias antirracistas”, diz o gerente.
“Com a família, o processo de sensibilização da primeira infância antirracista se dá por meio do diálogo com os responsáveis, no qual explicamos que não é aceitável existir racismo na nossa comunidade. Então, por meio do conhecimento, eles começam a entender o quanto o racismo é prejudicial para nossas crianças”, fala Luís.
Além da família, a sensibilização dos profissionais contribui para práticas mais eficazes baseadas no antirracismo. “Fazer parte dessa sensibilização para mim é extremamente importante e gratificante, pois a gente acaba construindo um legado para essas crianças, mostrando a importância de uma primeira infância antirracista e contribuindo para que essas crianças tenham os seus marcos de desenvolvimento de forma adequada e seus direitos garantidos”, conclui Luís.
#AgendaCidadeUNICEF
A PIA integra a iniciativa #AgendaCidadeUNICEF, realizada em parceria com as prefeituras municipais, para promover oportunidades e contribuir para a prevenção de violências contra crianças e adolescentes em territórios vulneráveis dos centros urbanos. A #AgendaCidadeUNICEF ocorre em Belém, Fortaleza, Recife, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo.
Sobre a PIA – Primeira Infância Antirracista
A estratégia PIA – Primeira Infância Antirracista, iniciativa do UNICEF Brasil em parceria com o Instituto Promundo, oferece materiais informativos e indutores de práticas antirracistas nos diferentes serviços de atendimento às gestantes, crianças negras e indígenas de até 6 anos de idade, além de suas famílias. Para a iniciativa, o UNICEF conta com a parceria estratégica de Huggies.