Em reunião do Grupo de Saúde do G20, UNICEF defende Saúde Digital para promover bem-estar infantil

Brasília, 12 de abril de 2024 - O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) esteve presente, nesta semana, em reunião do Grupo de Trabalho de Saúde do G20 com um pedido: que os países do fórum assumam um compromisso pela saúde das crianças e dos adolescentes, em especial por meio da promoção de uma saúde digital equitativa e inclusiva. O encontro aconteceu entre os dias 8 e 11 de abril, em Brasília, e reuniu secretários de pastas relacionadas à saúde e especialistas internacionais para debater temas relacionados à saúde global, cujos desdobramentos podem impactar a vida e o bem-estar de meninas e meninos de todo o mundo hoje e no futuro.

Douglas Noble, Chefe da Delegação do UNICEF e Diretor Associado Global de Preparação e Resposta a Emergências em Saúde, afirmou que o UNICEF avalia como positivo o foco dado pelo G20 Saúde à saúde digital, à produção regional e local de insumos para a saúde, e aos trabalhadores da área. “Todos têm o potencial de contribuir para uma preparação e resposta a pandemias mais robustas no futuro, e investimentos equitativos nessa área podem ajudar a proteger os mais vulneráveis, incluindo as crianças”, disse ele.

Para o UNICEF, o crescimento da saúde digital – que engloba desde a informatização de sistemas digitais de saúde até telemedicina, por exemplo – deve ser acompanhado de soluções para garantir o acesso à saúde para milhares de crianças e adolescentes. Garantir infraestruturas de conectividade, por exemplo, pode não ser suficiente para que serviços digitais em saúde alcancem as meninas e os meninos mais vulneráveis. “É preciso ainda investir em letramento digital e em internet de forma acessível, em especial nos locais mais remotos”, destacou a Assessora Sênior em Saúde Digital do UNICEF Global, Karin Kallander, também presente no evento.

“Além de garantir o acesso de todos a essas soluções digitais de saúde, o UNICEF acredita que é necessário dar um passo a mais, e assegurar que esse acesso seja desenhado para atender especificamente as necessidades de quem mais precisa. Devemos adaptar a saúde digital para essas populações, pensando em fatores como condições socioeconômicas, condições de saúde, acessibilidade e de moradia para garantir que crianças, adolescentes e suas famílias recebam o atendimento necessário”, disse ela.

Além das contribuições dadas na plenária, o UNICEF foi convidado a falar sobre o tema e outros relacionados à saúde de crianças e adolescentes em eventos paralelos durante a reunião do grupo de trabalho.

Prevenção e preparação para pandemias

O grupo de trabalho de Saúde tem como prioridades temas além da saúde digital, a prevenção, preparação e resposta a pandemias, com foco na produção local e regional de medicamentos, e insumos estratégicos de saúde; a equidade em saúde; e as mudanças climáticas e saúde.

Pandemias como a da covid-19 ameaçaram seriamente a vida e o bem-estar de crianças no mundo inteiro. Por isso, é preciso que os países do G20 adotem e promovam estratégias para estarem preparados para evitar e responder a essas crises.

Nesse sentido, o UNICEF defende que, além da produção e distribuição, é preciso investir em todo o ecossistema de saúde, incluindo a construção de confiança em insumos como as vacinas. Isto porque, se confiam nas soluções de saúde disponíveis, famílias adotam comportamentos saudáveis e efetivos – como vacinar seus filhos -, que ajudam a garantir que meninas e meninos possam crescer saudáveis e livres de doenças evitáveis.

Resposta à dengue

A promoção da saúde diante de crises e emergências, que é uma prioridade para o grupo de trabalho em Saúde, também está fortemente presente na atuação global do UNICEF. Considerando que o conhecimento sobre como algumas nações lidam com crises sanitárias pode contribuir para que recomendações sejam adotadas também por outros países, oficiais e diretores do UNICEF que estiveram presentes na reunião em Brasília visitaram, nesta sexta-feira (12), o Rio de Janeiro para conhecer a resposta dada pelo município à crise de dengue no País.

Na ocasião, o diretor Douglas Noble e a chefe de Saúde no UNICEF Brasil, Luciana Phebo, conheceram uma unidade de saúde, uma escola municipal e o Centro de Inteligência Epidemiológica da capital fluminense para entender o processo de monitoramento e avaliação da crise da dengue; o papel de agentes de saúde comunitários e das próprias crianças, adolescentes e jovens na promoção da saúde; assim como o atendimento dado a pessoas que contraem a doença.