#AgendaCidadeUNICEF conclui primeiro ano em São Paulo
Lançada na Cidade Tiradentes há um ano, iniciativa avança de maneira coletiva para garantir direitos de crianças e adolescentes que vivem no território
Em agosto de 2022, mais de 400 adolescentes e jovens de escolas públicas da Cidade Tiradentes, além de profissionais de educação e moradores, participaram do lançamento comunitário da iniciativa #AgendaCidadeUNICEF, firmada em maio do último ano com a Prefeitura de São Paulo.
Desde então, mais de 1 mil pessoas já foram engajadas por meio de ações de mobilização no território e esforços coletivos têm sido feitos para garantir direitos básicos desde a primeira infância até a adolescência para toda a população por meio da interlocução entre UNICEF, gestão municipal e a parceria com moradores, lideranças comunitárias e agentes do serviço público que atuam no território. “A abordagem do UNICEF vem nesse sentido. É uma construção coletiva também. Nós, do território, somos fundamentais para a eficiência dos equipamentos que estão disponíveis para a população local”, afirma Ariane Richele, conselheira tutelar na Cidade Tiradentes.
“Nós, do território, somos fundamentais para a eficiência dos equipamentos que estão disponíveis para a população local”
Para garantir a intersetorialidade da implementação das 94 metas do plano de ação da iniciativa, o UNICEF e os parceiros da gestão municipal e da sociedade civil vêm trabalhando por meio de estratégias integradas, como mapeamento e análise de indicadores, fortalecimento local de políticas públicas, construção conjunta de metodologias e fluxos, advocacy, percursos formativos, mobilização comunitária e engajamento de adolescentes e jovens. “Quando falamos das capacitações, o UNICEF ajudou na formação dos agentes que atuam aqui e ampliou nossa percepção do território e de como atuamos. Por exemplo, o recorte racial e de gênero foi intensificado depois do processo de capacitação”, completa Ariane.
Para Silmar Sobral, coordenador do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) na Cidade Tiradentes, a #AgendaCidadeUNICEF traz credibilidade para o processo de assistência social no território, pois ele entende que a instrução e as trocas de experiências refletem diretamente na população. “Nós temos o privilégio de ter esse projeto aqui. Da cidade de São Paulo, somente o extremo leste da capital está participando da #Agenda”, diz.
“Nós temos o privilégio de ter esse projeto aqui”
Silmar reconhece que há muito caminho a percorrer e que o atendimento da assistência social está longe do ideal. Para ele, um dos pontos que evidencia isso é a quantidade de unidades que o Cras possui no bairro. “Levando em consideração a quantidade de gente que mora aqui e as vulnerabilidades que essas pessoas enfrentam, nós teríamos que ter três ou mais unidades do Cras, mas só temos uma. Esse bairro é gigante e infelizmente não conseguimos atender todo mundo”, reflete o coordenador da unidade. “Não é uma coisa simples [aumentar o número de unidades no bairro] e demanda vontade e dinheiro, porém vou levantar sempre essa bandeira”, completa.
Para Luciana Elena Pereira, agente de saúde que trabalha há 15 anos no território e que também atua para garantir o direito à vacinação, o nome do UNICEF atrelado aos serviços na região é fundamental. “Quando ouvi falar pela primeira vez, pensei: a credibilidade vai aumentar”, diz. Entre outras funções, ela atua para garantir o direito à vacinação.
“A #AgendaCidadeUNICEF, em termos de estrutura física e atenção do governo para nós, ajuda bastante”
Luciana, que atua na UBS Inácio Monteiro, acredita que a credibilidade serve como base para propor melhorias aos órgãos da prefeitura e a visão que a sociedade tem em relação aos serviços. “A #AgendaCidadeUNICEF, em termos de estrutura física e atenção do governo para nós, ajuda bastante”, completa.
Parceria com a sociedade civil
Fernando dos Santos Junior, o Junior, como prefere ser chamado, atua com a garantia dos direitos humanos desde os anos 1980. Ele é presidente do Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente no território. “A luta na Cidade Tiradentes sempre foi coletiva. Quando comecei no ativismo, naquela época, a gente brigava para ter um orelhão na esquina da rua, mas já havia diversas articulações coletivas para isso. Hoje não é diferente”, conta.
“A luta na Cidade Tiradentes sempre foi coletiva”
Junior acredita que, com a #AgendaCidadeUNICEF e as articulações coletivas do território, o movimento para amenizar os impactos das desigualdades ganha força. Um dos principais temas são os casos de enchentes que aconteceram em 2023. Centenas de famílias foram afetadas, perdendo suas casas e pertences pessoais. “Estamos nos organizando para cobrar o poder público sobre as enchentes. 2024 está perto, nós vamos esperar acontecer o pior para tentarmos fazer algo?”, enfatiza.
Outro ponto destacado por ele é o legado que a iniciativa deixará para pessoas e para a Cidade Tiradentes como um todo. “Outras organizações vêm de segunda a sexta-feira para cumprir a função pelas quais elas foram contratadas e vão embora, quem continua aqui aos sábados, domingos e feriados somos nós e os serviços não potencializam as rupturas necessárias para emancipar as famílias dos serviços sociais e dar protagonismo e autonomia a elas. Nós tentamos fazer isso”, aponta.
Destaques
Confira os principais resultados da #AgendaCidadeUNICEF em São Paulo até o momento.
Leia o relatório.
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